História Natural. As cercas dos jardins são feitas na Quinta da Boa Vista e em algumas outras chácaras do Rio de Janeiro com os arbustos europeus chamados Buxos; todavia, acreditamos que nas províncias do Sul, cuja flora enriquece-se cada dia com novas descobertas, havemos de encontrar as duas espécies arborescentes que, altas e copadas, são oriundas do Japão e de outras regiões asiáticas. São conhecidas hoje as seguintes espécies: Buxus arborescens Bauhin, Buxus balearica Wildenow, Buxus chinensis Link, Buxus saligna Don, Buxus sempervirens Linneo, Buxus suffruticosa Lamarck. O gênero Buxus caracteriza-se pelas flores monóicas, cálice com sépalos desiguais, as flores masculinas com quatro estames sobre um pistilo central singelo ou trilobado; as flores femininas com ovário glabro de três lojas. O fruto ou cápsula contém, sob um invólucro denso e verde, três cocares, dois espermas. Cada uma encerra duas sementes, as quais são cobertas de uma película denegrida, luzente e quebradiça. As flores são reunidas em pequenos fechos axilares, rodeadas na base por brácteas imbricadas. O Buxo lança um tronco ramoso que se eleva até dezoito pés de altura; folhas opostas, cujas integérrimas e * as flores na maior parte axilares; o cálice da flor masculina se apresenta com três folíolos e o da feminina com quatro.

    Análise Química. Fauré, ao analisar a casca da raiz do buxo, obteve uma substância amarga mas sem sabor acre. O álcool a dissolve, assim como a água a ferver. Também dissolve-se em ácidos. Dá-se um sulfato e um acetato incristalizável muito amargos.

    Propriedades. As folhas densas e persistentes da espécie “sempervirens de Linneo” são procuradas por serem o melhor amparo das cercas dos jardins. Utiliza-se a madeira em Europa para obras de marcenaria e era de grande apreço na França no reinado de Napoleão I, por falta de madeiras americanas. Com as raízes, que são cheias de veios bonitos, fazem-se muitos obras de torneiros. Reputam-se as folhas sudoríferas e alguns fabricantes de cerveja as empregam em vez de folhas de lúpulo; porém o amargor que as torna desprezadas pelos animais deve concorrer para sua total rejeição no fabrico de cerveja. Extrai-se pela destilação um óleo fétido que alguns médicos receitam como antiespasmódico. As espécies arborescentes que dão flores malhadas de branco e amarelo são cultivadas para adornar os bosques e jardins. As duas espécies de Buxo das Antilhas, o Polygala pennea, o Randia aculeata não são conhecidos por ora no Brasil.