História Natural. Planta da Pentandria Degyn* L.; cálice inteiro de cinco pétalos, cinco estames, fruto ovoido, flores brancas amareladas dispostas em umbelas. Os folíolos são cuneiformes e denteados. Existem cinco qualidades desta hortaliça, todas elas conhecidas e cultivadas no Brasil. O Aipo macedônico, cuja folha assemelha-se à salsa, é alguma coisa mais miúda, lança uns ramalhetes de florezinhas azuis claras e a semente, como a do funcho, porém muito branca, é a espécie menos vulgarizada pela cultura. “Planta-se o aipo comum”, diz o autor do Jardineiro Brasileiro, p.141, “em lugar de covas profundas, como se faz trivialmente. Usam-se tabuleiros largos, de seis palmos somente, e os pés se porão em distância de um palmo, uns dos outros, e em esquadria. Como há só um pé em cada parte, e escolhem-se em primeiro lugar os mais fortes para se plantarem separadamente em tabuleiro, nos demais usa-se a proporção.” Deve-se recomendar uma segunda transplantação; porém, quando a terra é boa é desnecessário.

    Análise Química. As folhas, segundo a análise de Vogel (Jl. de Pharm, t.9), contêm óleo volátil, clorofila, óleo gordurento, enxofre, bassorina, goma, mannita, nitrato e muriato de potassa.

    Propriedades. Os italianos foram os primeiros que conseguiram, pela cultura do Aipo silvestre dos pântanos, torná-lo uma hortaliça comestível. Hoje fazemos uso do Aipo branco, do Aipo nãa, do Aipo pequeno e do Aipo de raiz grossa, variedades que são apreciadas para a arte culinária. O Aipo em salada é uma saborosa comida pelo seu gosto aromático; alguns lhe atribuem a propriedade de dar potência viril aos que já a perderam, porém não acreditamos que haja planta dotada de tal virtude, nem remédio que opere semelhante milagre quando a imaginação é pervertida e os órgãos estão gastos. O Aipo temperado com azeite e vinagre aromático é poderoso estimulante dos órgãos digestivos, nada mais. Mistura-se o Aipo em sopas, molhos e vários adubos para dar um sabor mais agradável ao paladar dos gulosos. Serve-se nas mesas o Aipo em fritadas com açúcar em pó; faz-se um doce cristalizado, excelente para os convalescentes.