História Natural. Oriundo da Ásia, o Melão foi aclimatado pelos vários países temperados e quentes do velho e do novo continente. A sua cultura prospera nas terras arenosas dos arrabaldes do Rio de Janeiro, onde os melões d’Inhaúma são reputados de melhor gosto. Cultivam-se em várias províncias do Império o Melão casca de carvalho, o Melão de cheiro, o Melão caboclo cuja planta estende-se como a melancia e dá da mesma forma: o seu fruto é comprido, de casca roxa e branca por dentro, com poucas pevides, de massa doce, cujo cheiro exalado é delicioso. Planta herbácea, trepadeira, de folhas largas e rugosas, que se reproduz em infinitas variedades segundo a forma, o tamanho e a cor do fruto; a forma mais vulgar é a esférica ou elipsoide. A polpa é vermelha ou amarela, branca ou esverdeada, mais ou menos doce, saborosa com cheiro aromático.
Análise Química. O melão fornece pela análise açúcar, pectina, ácido málico, albumina, matéria resinosa aromática, água, um princípio colorante e lenhoso.
Propriedades. A digestão do melão é difícil e, por vezes, purgativa. Para prevenir o mal, costuma-se temperar com açúcar e beber em cima um copo de madeira ou vinho do Porto. Durante o almoço, os estrangeiros da França e da Itália comem o melão com carne cozida e temperam-no com sal e pimenta, enquanto os outros povos costumam comê-lo na sobremesa. O uso imoderado do melão promove a diarreia. O exemplo do Imperador Tibério, que o comia em todas as estações, não se deve imitar. O melão gelado pode ser delicioso ao paladar, porém provoca muitas vezes vômitos e ataques biliosos. A cultura do melão nos países frios requer muitos cuidados, no entanto torna-se muito simples e fácil nas terras do Brasil.