Maracujá

Passiflora laurifolia Linneo, Granadilla citriformis, Clematis indica, Passiflora americana, Família das passifloreas

Maracujá

    História Natural. Os ramos jovens desta trepadeira são herbáceos, cilíndricos, verdes, lustrosos, as folhas são singelas, ovais, oblongas, pontudas, inteiras, lisas, de verde claro, de duas polegadas e meia a três de comprimento; pecíolo curto com duas glândulas em cima; pedúnculos axilares, solitários, levando cada um uma flor misturada de cores branca, púrpura e violácea, de aspecto agradável, de cheiro suave; cálice monofilo na base, aberto, colorido interiormente, dividido em cinco folíolos ovais e petaliformes; cinco pétalas oblongas, coloridas, pegadas à base do cálice; coroa particular, anular na base, chanfrada nas margens; cinco estames filamentosos pegados debaixo do ovário; ovário superior redondo, coroado de três estiletes abertos que parecem pregos; a planta parece muito com a Passiflora caerulea ou Flor da paixão e alguns lhe aplicam o mesmo nome vulgar. A Collarinha ou invólucro do fruto é do tamanho da flor, composto de três folíolos ovais, côncavos, verdes e denteadas nas margens. O fruto é do tamanho de um ovo de galinha, de cor citrina quando maduro, de cheiro suave, pele mole, polpa saborosa e ligeiramente ácida.

   Análise Química. O fruto contém ácido málico; as folhas dão um extrato amargo e porção de tanino. A polpa parece uma verdadeira geleia por ter mucilagem copiosa, açúcar e amido.

   Propriedades. As folhas tomadas em infusão são boas para expelir vermes; a fruta é refrigerante. Para as oftalmias agudas, receita-se um colírio feito com o chá simples das flores. Faz-se para curar as irritações do peito um xarope da polpa do fruto e aromatizado com as flores, o qual se administra por duas colheres de sopa em uma xícara de cozimento de *. Na Bahia faz-se uso do Maracuja-assu, cuja fruta tem o tamanho da laranja, oblonga, de casca grossa e dura, verde por fora, branco por dentro, cheio de líquido grosso, doce, semeado de pevides; a planta é trepadeira com muitos segmentos ou ramos compridíssimos, gavinhosos, folhas revezadas, oblongas, grossas, lisas, e redondas na base, estendendo-se em grandes latadas. Na província da Bahia, conhecem-se três principais espécies: o Maracujá assú, mirim, e caboclo. Pison, no seu tempo, encontrou quatro espécies. Nas afecções verminosas as folhas do Maracujá mirim, reduzidas em pós, administram-se desde uma oitava até duas, misturadas em um copo de chá das mesmas folhas. Assevera-se que macerando com sal de Angola os grelos deste maracujá e pingando depois este líquido nos olhos desfazem-se completamente as belidas e névoas.

 

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