História Natural. Árvore que se encontra nos sertões da Bahia e de Pernambuco. Esta espécie, que tem as flores maiores que as da Hancornia speciosa, se encontra também em Goiás (ver A. St´Hilaire). Assemelha-se muito com a Ambelania ácida de Aublet, a casca é parda, a madeira branca e pouco compacta, a árvore é ramosa, de folhas opostas inteiras, verdes, ovadas e obtusas, pedículos cilíndricos, as flores nascem das axilas das flores em número de três ou quatro; o cálice é quinquepartido, a corola branca, cinco estames; o pistilo é ovário branco, redondo, torna-se o ovário em uma cápsula de cor amarela carnuda de forma variada e verrugosa.
Análise Química. O extrato da casca lactescente quando jovem é sem cheiro, de cor escura amarelada de sabor adocicado que depois amarga. Dissolve-se dentro da água constituindo um licor amarelo, semelhante pelo sabor a uma solução de extrato de raiz de taraxaco. As partes constituintes são albumina, matéria amarga extrativa e tanino.
Propriedades. A Mangabeira brava fornece excelente remédio contra as obstruções do baixo ventre, do fígado, contra a icterícia e as enfermidades crônicas da pele. Deve-se empregar com cautela o extrato da casca em pílulas. Dá-se também a casca em cozimento. As frutas servem para confeitos do mesmo modo que as da Hancornia speciosa de Gomes. O suco leitoso, segundo as experiências do abade Vellozo, fornece uma perfeita borracha. O Sr. Antônio Muniz da Silva assevera que se emprega o extrato na Bahia, Pernambuco e Sergipe como purgante.