História Natural. O nome indígena Ahouai foi dado por Tournefort ao gênero de plantas hoje reunidas pelo De Candolle ao gênero Thevetia; contam doze a quatorze espécies que lhe pertencem. A maior parte parece constituir variedades e não espécies. O Ahouai do Brasil tem as folhas ovadas, enquanto o Ahouai das Antilhas as apresenta lineares. Esta última acha-se igualmente cultivada na Bahia e no Rio de Janeiro e é árvore mais elegante. alta, de casca cinzenta cheia de um suco leitoso; folhas ovadas e lanceoladas, lineares, estreitas, glabras, agudas e pontudas de ambos os lados e quase sésseis; as flores são em número de seis a sete sobre um pedúnculo muito curto, amarelas e dispostas nas extremidades das axilas das folhas, com corola de túbulo cilíndrico; a fruta é redonda, carnuda, leitosa, esverdeada e com caroço quase triangular. O Cerbera thevetia, indígena das Antilhas e de Cayenna, é arbusto de quinze pés, com ramos cilíndricos semeados de tubérculos cheios de um suco leitoso muito cáustico.

  Análise Química. Resina gomosa amarga que dá o leite coagulado e um alcaloide que deve ser idêntico ao Tangu, descoberto por Henry dentro do Tanghinia venenífera da Ilha de Madagascar, planta da família das apocyneas.

  Propriedades. O leite é sumamente venenoso, mesmo em pequenas doses, corrosivo; fazem-se emulsões vomitivas com a amêndoa da fruta. O lenho colocado nos rios entorpece os peixes. Os negros costumam tomar o extrato da casca da planta, em pequenas doses, para curar os acessos de febres quartãs, que são as mais teimosas. O envenenamento causado pelo leite provoca convulsões, paralisia e até morte em poucas horas. Os índios curam as mordeduras de cobra com as folhas e sementes maceradas, aplicadas frescas sobre a superfície das feridas; enfiam os caroços das frutas em forma de rosários e os penduram ao redor da cintura ou no alto das pernas, pois divertem-se com o ruído provocado semelhante ao chocalho das cascavéis.