História Natural. A cultura da Macieira e de suas variedades infinitas tem se propagado no sul do Brasil, nas serras de Minas e do Rio de Janeiro, onde a temperatura é mais moderada. Todavia, as frutas não são das mais saborosas e se adquirem volumoso tamanho, não podem competir com as que chegam dos Estados Unidos ou do Rio da Prata pelos mercados do Rio de Janeiro e da Bahia. A macieira comum e a de São João são as mais conhecidas dos curiosos. A primeira é arbusto ou árvore mediana de folhas ovais, agudas, mais ou menos cotanilhosas na superfície inferior. Os pecíolos, os pedúnculos e o cálice são igualmente cotanilhosos; as flores róseas ou esbranquiçadas são sustentadas por pedúnculo curto; os estiletes são mais compridos que os estames e apegados uns aos outros. A outra espécie ou Malus paradisiaca Spach multiplica-se com extrema facilidade, tem as folhas, pecíolos e cálice igualmente cotanilhosos. As lacíneas do cálice são lineares, lanceoladas glabras por fora, peludas por dentro. As flores são de cor rosa. A fruta é mais redonda, sendo a do Pyrus malus comprida; a forma, o tamanho e a cor variam segundo a cultura e as espécies, que hoje em Europa contam-se por centenas. Essas infinitas espécies são classificadas pelo povo como maçãs ácidas, doces ou amargas.
Análise Química. O suco da maçã madura apresenta uma matéria colorante, açúcar, goma, matéria glutinosa, ácido málico e malato de cal (Birard, Chimie Organique de Gmelin, p.138). As cinzas da árvore dão potassa, soda, cal, magnésia, fosfato de ferro, ácido fosfórico, cloreto de soda, ácido sulfúrico, silícia, ácido carbônico (Will e Fresenius, Revue industrielle, t.24).
Propriedades. O consumo da maçã é prodigioso na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, limitam-se a figurar nas sobremesas cruas, cozidas ou em doces e confeitos. Sabe-se o proveito que se tira do seu emprego para os convalescentes e estômagos débeis, tomadas em marmelada ou simplesmente assadas. Do sumo da maça extrai-se açúcar, aguardente, cidra, bebida fermentada que espuma como o vinho de champagne. Em medicina, o cozimento da maçã é peitoral. A casca da macieira é adstringente e tônica, dá uma tinta amarela. As folhas são comestíveis para gado e cavalos. A madeira de poros fechados, densa e pesada, serve para obras de marcenaria. Todavia, ela perde muito pela dessecação e, quando se torna velha, pode-se utilizá-la melhor para lenha ou fazer dela excelente carvão. As macieiras se conservam e se multiplicam por enxerto de borbulha ou por rachaduras praticadas sobre pés vindos de sementes.