Litchi

Euphoria punicea Linneo, Nepheluim litchis, Lischia, Sapindus edulis Ayton, Scycalia chinensis Gaertner, Família das sapindaceas

Litchi

    História Natural. Os Litchis são já desde 1799 introduzidos no Brasil. O Euphoria litchi, de grossa espécie, figura nas plantas exóticas da horta de São José de Belém. No Jardim Botânico e em várias chácaras do Rio de Janeiro, encontram-se a árvore frutífera da China, o Euphoria litchi, assim como o Longana, o Euphoria longana Linneo. O Litchi tem a altura de quinze a vinte pés. Os ramos são horizontais quase de todos os lados; a casca dos ramos é pontuda, a madeira é branca, tenaz e contém abundante medula. As folhas são alternas, aladas sem ímpar, compostas cada uma de dois ou três pares de folíolos, lanceolados, pontudos nas duas extremidades, glabros lisos e quase luzentes em cima, de cor suave por baixo, peciolados com rego longitudinal por cima, tendo uma linhagem um pouco saliente. As flores são pequenas e nascem das axilas das folhas superiores. O cálice é curto com cinco dentes pouco aparentes. É aveludado por fora e os pedúnculos são do mesmo modo. Os frutos são do tamanho de um ovo de pombo, ovoidos-oblongos e guarnecidos de tubérculos salientes, pontudos e estreitos. À medida que os frutos se desenvolvem, eles tomam uma forma quase esférica ou globulosa; quando amadurecem, a cor torna-se vermelha, sob uma pele coriácea, encerram uma polpa muito agradável pelo sabor e igual ao moscatel. A polpa envolve um caroço duro de cor preta lustrosa. A outra espécie Euphoria longana existe igualmente nos jardins de alguns curiosos do Rio de Janeiro e da Bahia. É árvore de porte maior, que traz frutas menores. Os estames são mais breves que os das outras espécies. Os filamentos são felpudos muito breves, as anteras maiores. O ovário é grosso, aveludado, didinamo; os frutos são bagas globulosas, amarelados quase lisos na sua superfície; são comestíveis, o sabor é vinhoso; repara-se que são menos delicados do que os da espécie encarnada. O caroço da fruta é preto, luzente com uma mancha branca orbicular que lhe dá a forma de olho de dragão. Existem outras espécies de litchi, tais Euphoria crinita, Euphoria informe, Euphoria promelia, que são árvores da Cochinchina, desconhecidas no Brasil.

    Análise Química. O litchi vermelho fornece muita matéria extrativa, ácido málico, grande porção de ácido cítrico, um aroma particular, açúcar, goma e sulfato de cal. Conservam-se s frutos perfeitamente, uma vez que secam com o calor do forno.

   Propriedades. Apesar de se dizer que os frutos talvez não agradem senão ao paladar chinês, o hábito logo os torna agradáveis ao paladar  de outros povos. As propriedades são as dos frutos encarnados da Europa, morangos, cerejas etc. O parênquima gelatinoso ou polpa se utiliza em limonadas e convém nas afecções grásticas e biliosas. Algumas vezes o aroma nauseia assim como acontece com a baga de sabugueiro; de ordinário, ele se combina muito bem com as faculdades do estômago. Os frutos do Langaneiro combinam-se melhor com o suco digestivo do que os do Litchi vermelho, por terem um sabor mais vinhoso.

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