Laranjeira do mato

Três folhas vermelhas, Evodia febrifuga A. St´Hilaire, Esenbeckia febrifuga Martius, Quina de São Paulo, Quina do Rio de Janeiro, Angostura da Bahia, Família das rustaceas

Laranjeira do mato

  História Natural. O gênero Evodia caracteriza-se, segundo Kunth, do seguinte modo: cálice de quatro a cinco partes,  quatro a cinco pétalos hydraginos iguais, mais compridos que o cálice. Número igual de estames, anteras móveis, biloculares, nectário singelo cupuliforme ou quatro glândulas hipóginas. Pistilo único, muito curto, estigma terminal obtuso. Ovário de quatro ou cinco lóbulos com septos dispermos. Folhas opostas pecioladas, trifoliadas sem estípulas. Flores em corimbo axilares. A Laranja do mato é árvore de cinquenta palmos de comprimento, um de grossura, com râmulos angulosos, vermelhos e um pouco pubescentes em cima. Folhas pecioladas, glabras e trifoliadas, folíolos lanceo-elípticos, um pouco acuminados. As flores são sustentadas por pedículos bracteolados. Cálice pequeno de cinco partes, pubescente com repartições obtusas; cinco pétalos hypoginos iguais mais compridos que o cálice, semeados de pontos transparentes. Cinco estames, alternos com pétalos, hypoginos, glabros, anteras cordiformes. Nectário simples rodeando o ovário; pistilo muito curto, estigma terminal obtuso, ovário orbicular deprimido, púrpuro, carregado de pontos dividido exteriormente em cinco lóbulos bífidos e interiormente em cinco septos dispermos; óvulos comprimidos, aderentes ao ângulo interno dos septos e peritropes (A. St´Hilaire).

   Análise Química. Buchner tem tirado da casca um álcali orgânico que chamou de Esenbeckia. Muito antes,  Bernardino Antônio Gomes  havia encontrado cinconina na casca da Laranja da terra, que os mineiros trazem de Minas para o mercado do Rio de Janeiro. Todavia, segundo a observação do Conselheiro Peixoto, é pouco provável que seja a casca da Evodia febrifuga a mesma que o  Bernardino Antônio Gomes analisou.

    Propriedades. A árvore que se encontra nos matos de Itabira em Minas e perto da Vila de Santo Amaro da província da Bahia fornece uma casca muito amarga e adstringente. Os habitantes das duas províncias fazem uso da casca para debelar as febres intermitentes e as nevralgias periódicas. Martius certifica as suas virtudes terapêuticas nos casos de dispepsia. A  Evodia febrifuga posui as qualidades da Anagartura, o que explica o nome que lhe dão na província da Bahia, onde alguns a confundem com a planta amarga que costumam usar os habitantes das margens do Orinoco. A madeira é de poros fechados, serve para tirantes, molduras e obras de casas.

 

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