Landim

Landy, Lantim, Jacaré-uva, Calophyllum brasiliense Cambessèdes, Família das clusiaceas

Landim

    História Natural. O gênero Calophyllum da família das gutíferas, na qual as  clusiáceas figuram como a primeira tribo, caracteriza-se pelo cálice colorido, formado de quatro sépalos caducos, corola de quatro pétalos, estames numerosos, anteras prolongadas. Ovário livre com estigma capitata. O fruto é uma drupa ovoida, globular, tendo um caroço único no qual existe uma semente de igual forma. Embrião direito privado de endosperma. O gênero calophyllum conta dez espécies oriundas da América intertropical e da Índia Oriental; os mais conhecidos são o Calophyllum inophyllo, Calophyllum calaba, Calophyllum tacamahaca e o Calophyllum brasiliense. Este último, chamado Landim ou Landy na província de Santa Catarina, é árvore de quarenta palmos de alto em duas e meia de diâmetro na parte superior do tronco. Encontra-se na parte litoral do Rio Grande do Sul; as folhas são ovadas, obtusas, singelas, opostas e com nervuras finas. É árvore resinosa que vem maravilhosamente no meio das areias da beira-mar e que atrai pelo seu belo porte e pela elegância de sua folhagem.

     Análise Química.  O Calophyllum brasiliense fornece uma resina amarela amarga que muito se assemelha à resina do  Calophyllum calaba, a qual é branca e límpida enquanto é recente, tornando-se espessa pelo contato do ar e vem a ser de uma cor amarelada. A resina fornece pequenos cristais dentro do álcool em fervura. A casca e as frutas contêm ácido benzóico, tanino e mucilagem com parte lenhosa.

     Propriedades. Os naturais das províncias do sul se servem da madeira do Lantim ou Landy para  mastros de embarcações pequenas, vigas, caixas para açúcar, canoas e adrelas. Da casca  das flores brancas que desenvolvem um aroma suave de limão e benjoim faz-se uma tintura com álcool. Podem-se compor xaropes, pílulas e pastilhas com a resina ou bálsamo que decorre das incisões praticadas no tronco da árvore, misturando-o com açúcar e goma alcatira. Tais preparações servem como remédios peitorais. Emprega-se o  Calophyllum calaba nas leucorreias e no tratamento das gonorreias e reputa-se adstringente detersivo por conter maior parte de tanino na sua casca. Extrai-se do fruto um azeite abundante que se pode utilizar para verniz e pintura. No Rio Grande, faz-se grande uso da resina para curativos das enfermidades dos cavalos e do gado. Emprega-se a mesma para emplastos confortativos para curar a relaxação de tendões e úlceras maturativas.

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