História Natural. A introdução do Joio nas províncias do Sul realizou-se no mesmo tempo que se procurou cultivar o trigo. A espécie mais bem aceita é o Lolium perenne. As outras espécies, o Lolium multiflorum e o Lolium italicum, não são ainda propagadas. Pertence ao mesmo gênero do Lolium temulentum, o qual tem propriedades deletérias, o que se acha confirmado pelas experiências feitas sobre animais. Aristóteles, Plínio etc. o consideravam como um veneno. É a espécie mais conhecida do povo. Seu colmo é áspero, alto de mais de um metro; a espiga é direita; as flores são em número de cinco a nove, comprimidas e quase do comprimento da Gluma, colocadas todas sobre as espiguetas e guarnecidas de arestas. Os grãos desta planta têm um sabor acre e desagradável. O pão e certos líquidos como a cerveja, que contenham uma porção de farinha de Joio, podem dar lugar a perigosos acidentes. Os alimentos que contenham uma pequena quantidade de Joio podem ser comidos sem o menor inconveniente.

     Análise Química.     Lolium temulentum:

                                     Clorofila                    7,50

                                     Resina mole              3,50

                                     Extrato amargo         6,00

                                     Goma e sais              9,00

                                     Açúcar                      0,70

                                     Albumina vegetal     0,65

                                     Extrato insolúvel      1,55

                                     Amido                     29,90

                                     Goma, amido e

                                     albúmen coagulado   2,90

                                     Glúten                        0,80

                                     Fibrina                      11,00

                                     Água                         20,00

                                                                       93,50

        Propriedades.  A espécie Lolium perene fornece um excelente pasto quando as terras são alagadiças, engorda os animais em bem pouco tempo. O Lolium italicum produz com maior abundância um feno nutriente. A respeito do Lolium temulentum, a qualidade venenosa está hoje bem reconhecida. Verdade é que De Candolle havia observado que muitas vezes comia-se imprudentemente o pão que continha grande porção de Joio, mas existe o exemplo que vem relatado nas Memórias da Sociedade Real de Medicina (1777): foi o caso de um homem que morreu de uma cólica violenta por haver comido pão que continha uma porção de farinha de Joio. As aparentes contradições que existem sobre as propriedades tóxicas desta planta explicam-se bem se atendermos que os grãos do Joio perdem a sua atividade com longa exposição ao calor. Trata-se de uma observação que já havia sido feita por Parmentier, que suspeitara que toda a energia desta planta residia em um princípio volátil. Os sintomas do envenenamento pelas sementes de Joio são vertigens, tremor convulso, sonolência profunda, cólicas e vômitos mais ou menos intensos. O tratamento consiste em provocar o vômito e com os agentes estimulantes combater os efeitos do veneno. Gallet aconselha o açúcar como antídoto do Joio.