Agrião do Pará

Santolina pirethi sapore, Bidente, Syngenesia polygamia de Linneo, Família das compostas de Martius, das corymbiferas de Jussieu

Agrião do Pará

    História Natural. Suas hastes são baixas e rasteiras do comprimento de oito polegadas, cilíndricas, verdes na espécie oleácea e avermelhadas na espécie fusca; as folhas são espessas, dentadas à maneira de serra. Há duas espécies, ambas oriundas do Pará; a cor da parte inferior da olacácea é amarela esverdeada, e da fresca, um verde trigueiro. A flor é grossa, cônica, dividida em raminhos de uma cor de amarelo dourado.

    Análise Química. O químico Lassaigne analisou as flores e achou nelas um óleo volátil, acre e picante, goma, matéria amargosa, malato ácido de potassa, cera, um princípio colorante amarelo, sais como sulfato e muriato de potassa, fosfato de cal, e vestígios de óxido de ferro.

    Propriedades. Mr. Emmanuel Rousseau desvelou-se em fazer conhecer as virtudes do Agrião do Pará contra o escorbuto. Bahi, médico do Rei da Espanha, em uma memória publicada em 1823, diz que friccionando-se os dentes com uma parte qualquer desta planta, experimenta-se na língua e nos beiços um formigamento e um sabor de pyretra e de hortelã pimenta. Esta sensação aumenta a secreção salivar. Poupée Desportes, médico em São Domingos, recomendava a raiz do agrião como sialagoga e dava as flores como hydragogo. Descourtilz assevera que o Agrião do Pará possui virtudes antelmínticas, porém que se deve receitar o cozimento da raiz quando se tem complicação de inflamação de vísceras. Ambas as espécies são de grande consumo na província de Pernambuco, sendo uma comida saudável, sadia e de fácil digestão. Tem-se-lhes reconhecido a virtude de promover a diurese em elevado grau. O Dr. Mavigncés tem tirado proveito do agrião nos catarros crônicos do peito (Annais da Medicina Pernambuco, Ano 2, no. 4). O Spilanthes radicans de Martius ou Cotula piper de Vellozo, tem a mesma natureza e reputa-se grande remédio contra os cálculos, o que merece ampla verificação. O agrião faz parte do famoso remédio contra as dores de dentes conhecido sob o nome de Paraguay Roux. Eis a receita da preparação odontálgica. Receita: folhas e flores de Agrião do Pará, quatro partes; raiz de pyrethro, uma parte; folhas e flores d’Jnula bifrons, uma parte; álcool a 33º, oito partes. Macere por quinze dias, esprema e coe. Cozimento: Agrião do Pará duas onças; água duas libras. Faça uma decocção, a qual contém uma porção de tamino que enegrece juntado-lhe o sulfato de ferro. Três xícaras por dia. Faz-se com o suco uma tintura alcoólica ou com açúcar um xarope peitoral. Este xarope administra-se às crianças em colheres de chá por ser muito ativo.

 

 

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