Jetahy

Jetahyba Pison, Jatahy, Hymenaea stilbocarpa Hayne, Hymenaea mirabilis Freire, Hymenaea martiana Hayne, Família das leguminosas

Jetahy

    História Natural. Nas matas e ainda mais nos campos de Minas, Bahia, Pernambuco, Piauí e Pará há várias espécies de Hymenaea. Encontram-se duas variedades de Jetahy, uma do âmago amarelo, e outra do preto.  Balthazar da Silva Lisboa refere o que segue: “Jetahy amarelo. Árvore alta da magnitude de cem e mais palmos, seis e mais de circunferência;   casca esbranquiçada, madeira de tronco amarela; raízes angulosas, curvadas com diversos gomos sobre o pé do tronco e mesmo nas raízes; ferido o entrecasco, deita um licor amarelo e doce, sem cheiro.  A extremidade superior é guarnecida de grandes galhadas cujos ramos são alternos, as folhas também alternas e ovais, pontudas no ápice, terminadas por ímpar, de cor verde alegre, e de um todo amarelas, assim como nas pontas dos galhos, com um pequeno pecíolo que pega na haste comum, encontrando-se a nervura longitudinal mais para um lado, e com as mais que atravessam a mesma folha, a fazem engraçada, ficando a parte superior mais larga que a parte inferior nas pontas das galhadas e por entre as articulações dos ramos; quando está despida das flores lhe sobrevem ramalhetes de flores a cobrir a sua nudez composta de um cálice de uma só peça, dividida em três lacínias, de cor roxa terra e sobre o qual tem inserido a corola, compostas de três petalos brancos e dois estames compridos, cobertos de sua anthera de duas bolas cor nanquim, o ovário é uma siliqua verde gaia, peluda, montada de um estilete curto, coberto com sua antera da mesma natureza e forma dos estames. Quando as flores estão ainda em botão, então todo o cálice e pé da flor é da cor roxa terra, buscando a lacre em pingo; caindo a favinha, fica o pistilo peludo cor verde gaia; a siliqua na madureza é composta de sementes pretas, nuas e luzentes”.  “Jetahy preto. Árvore de sessenta a cem e mais palmos de comprido, seis e mais de circunferência, o âmago é preto rigíssimo (Annaes, t.1, p.242).

    Análise Química. As duas espécies de Jetahy expelem um bálsamo límpido que se congela e forma no chão massas recobertas de uma codea áspera, cinzenta, lodosa que contém no interior uma resina viscosa amarelada espessa. É a resina copal brasiliense ou copal mole, sendo o copal duro proveniente da Hymenaea verrucosa Lamarck, indígena de Madagascar. O cheiro é suave, o sabor doce, contém parte de ácido suceinico dá um resíduo que tem a consistência do glúten e o dissolve dentro do álcool e dos óleos voláteis.

    Propriedades. O bálsamo das Hymenaeas é essencialmente peitoral, e emprega-se em fumigações contra as dores reumáticas. Os mineiros trituram a resina e a misturam com água, álcool e açúcar para acalmar a tosse crônica. A madeira do Jetahy amarelo serve para cintas de acaixe, rodas de máquina, poleames para obras de canos e de edifícios. Do seu entre casco e pé cozido com os fixantes metálicos e salinos se extrai bela tinta amarela. O âmago do Jetahy preto é excelente para dentes de máquinas e rodas. O busano não o penetra e por isso se faz indestrutível no forro das embarcações. 

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