História Natural. Tronco pintado como o corpo do réptil jararaca, encontra-se na Bahia, no Pará e várias províncias do norte. A raiz é tuberosa, epiderme escamosa e rasgada. Sai uma folha cujo pecíolo alto de um pé e meio é malhado de cores verde, branca e vermelha. Divide-se o pecíolo em três partes que desenvolvem duas ou três ramificações com folíolos pinulados, recortados e lanceolados. Caindo a folha, nasce uma haste que sustenta uma flor cuja espata forma um capelo denegrido, coriáceo e de ponta recurvada; a flor dá um aroma fétido quando se desabrocha.
Análise Química. Fécula amilácea, extrato resinoso, suco incristalizável, acre e volátil.
Propriedades. A raiz é purgante drástico. Na Índia, reputa-se emenagoga e receita-se para curar as hemorroidas. Asseveram certos botânicos que a planta é venenosa e assim explicam o uso que se costuma fazer na Bahia contra a mordedura de cobras. Os efeitos que se lhe atribuem de provocar “riso sardônico”, de acalmar os acessos de asma e de se tomar remédio antiespasmódico, faz adotar a ideia de que a planta reproduz em parte os fenômenos terapêuticos e patológicos que se referem às Datura. Martius afirma que a túbera farinácea contusa e aplicada sobre a pele é rubificante e que limpa as feridas; internamente dá-se contra a asma crônica, amenorreia, nos mesmos casos em que na Europa se administra a túbera fresca do Jaro manchado, Arum maculatum Linneo. O Sr. Riedel encontrou a planta na Bahia e no Ceará. Nesta última província, os africanos chamam a planta Langu. Dá-se na província da Bahia o nome de Jararaca, a uma árvore que segundo Balthazar da Silva Lisboa, tem de trinta a quarenta palmos e um de grossura; a madeira serve para obras de casas, a árvore não se acha ainda classificada.