Imbira

Ibira, Embira vermelha, Pindaiba Pison, Unona carminativa Arruda, Xylopia sericea A. St'Hilaire, Família das anonaceas

Imbira

    História Natural. Árvore bastante alta, ramos dísticos cobertos de pelos ruivos, casca denegrida, semeada de pontos brancos. Folhas sem estípulas, alternas, muito apertadas, dísticas, longas de quatro polegadas, lanceoladas, oblongas, acuminadas, inteiras, glabras e lustrosas por cima, verdes por baixo e cobertas de pelos longos e numerosos; pecíolo convexo por baixo, canaliculado por cima. Pedúnculos axilares, muito curtos, peludos, carregados de três a quatro flores com brácteas imbricadas, ovais obtusas, côncavas, cotanilhosas; pedicelos curtos carregados de brácteas. Cálice tripartido, curto, triangular, coriáceo, ruivo e caduco; seis pétalas de cor branca, três exteriores lineares oblongas, três prismáticos triangulares; gynophoro profundo; estames de cor branca, caducos; filamentos achatados, anteras contínuas. Quinze ovários pegados ao fundo do ginóforo; estilete de número igual, filiformes e glabros; bagas de cor vermelha escura, uniloculares, abrindo-se em uma válvula única do lado do no centro da flor (Plantes Usuelles).

     Análise Química. Extrai-se óleo aromático de gosto acre das bagas. As mesmas dão resina, goma e um princípio cheiroso que tem aroma misturado de pimenta, cravo e canela.

     Propriedades. As sementes são digestivas e aromáticas: o sabor ardente e amargoso das mesmas as recomenda adubos de comidas diárias; muitas pessoas as misturam nos comeres e não falta quem lhe dê preferência à pimenta da Índia. As sementes são carminativas, segundo Arruda. Extrai-se a casca filamentosa para as cordoarias nas províncias do norte, porém a  Imbira branca ou Jangadeira emprega-se mais para este fim industrial. A Imbira, diz o Dr. Vicente Gomes da Silva, é uma preciosa especiaria indígena para o tempero das comidas. Receita-se contra as inflamações de garganta, nos casos de angina tonsillaria, a infusão das sementes que limpa perfeitamente as partes cobertas de mucosidades e obra como um resolutivo e adstringente como faz a pedra ume. Balthazar da Silva Lisboa aponta duas espécies de Imbira ou Embira, uma Embira araticum, árvore de quarenta palmos, dois de grossura, que serve para tabuados, outra Embira verdadeira, árvore de quarenta palmos e um e meio de grossura, cuja casca serve para cabos de embarcações e o tronco para tabuado inferior. Estas duas árvores são sem dúvida, de outro gênero e família. A palavra Pindaíba aplica-se também ao Guatteria villosissima e a outras árvores, do mesmo modo que no Brasil chama-se Embira uma série de árvores cujas cascas tenazes e flexíveis servem para cordas, laços, cabos etc. (ver Pindaíba).

 

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