História Natural. Planta aquática que se encontra nas margens dos rios, das lagoas e no meio dos pântanos. O viajante Sellow notou presença junto com outra espécie chamada erosa (Voyage du Prince Max. Neuwied, t.1, p.163), perto da Vila de Macaé. A. St´Hilaire tem observado duas outras Nymphaea, a Nymphaea lineata e a Nymphaea alboviridis nas lagoas do Taguaí. A planta assemelha-se muito com o Agoapé, porém a sua flor é maior e de cor azulada embaixo. As folhas são do mesmo tamanho que as da Nynphaea alba e da mesma configuração, porém  dentadas na sua circunferência, lisas em cima, aveludadas com grossas nervuras embaixo. Os pecíolos e os pedúnculos são cilíndricos. As flores são cheirosas, de cor branca reluzente salpicadas de azul, cada uma composta de um cálice de quatro folíolos, marcadas de cinco a seis riscos longitudinais; os pétalos são numerosos, de tamanho desigual, colocados em várias fileiras, de quinze a vinte cada uma. Os estames são numerosos, os filamentos largos petaliformes, anteras postas em cima, divididas em duas partes; ovário globuloso, coroado pelo estigma sessilo; sucede-lhe uma cápsula seca, redonda, cheia de pequenas sementes globulosas, denegridas, colocados em tantos septos quantos tem de regos no estigma (Encycl.).

    Análise Química. A raiz contém amido, tamino, ácido gálico, matéria vegeto-aninal, resina e matéria gordurenta, sal amoniacal, malato e fosfato de cal, ácido tártrico, acetato de potassa e açúcar incristalizável, ulmito e lenhoso (Morin, Journal de Pharmacie, t.7)

    Propriedades. Os antigos empregavam as raízes da planta para debelar as flegmasias do baixo ventre e sobretudo do aparelho genito-urinário, cada vez que se procura moderar as forças vitais e a inquietação do sangue. Reputa-se a raiz antivenéria e diurética. O cozimento que  se faz de uma onça para duas libras de água e que se dá em dose de seis onças por vez acalma as irritações da bexiga e da uretra, provocando alívio imediato. O xarope de Golfo feito com o cozimento das flores e das folhas é anti-histérico. Emprega-se muito no Brasil o cozimento das folhas para banhos nos casos de ataques de hemorróidas, porém a sua maior extração desde alguns anos nas províncias de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro é para debelar a lepra. Alguns clínicos asseveram que podem-se tirar vantagens da sua constante aplicação para conseguir uma diminuição sensível da enfermidade.