História Natural. O nome de  Gajeru dado pelo Marcgrave, de Oajuru ou Abejeru pertence ao arbusto que constitui um gênero particular aproximado das ameixas e dos amendoeiros, cujo caráter próprio é um cálice quinquefido, cinco pétalos, numerosos estames, uma drupa superior com caroço cortado e como de cinco válvulas. O  Gajeru nasce nos lugares frescos, nos sítios úmidos, perto dos rios e das vargens que avizinham-se do mar. O arbusto dá frutas de agradável sabor e que variam de cor. Isso faz admitir três espécies: o que dá frutos de cor roxa, o que dá frutos de cor branca e o que fornece os de cor preta. O Gajeru é alto de oito a dez pés, muito copado e ramoso. Os ramos são cilíndricos, a casca é arruivada, pintada de pontos esbranquecidos. As folhas são alternas ovoidas, obtusas, inteiras, lisas, venosas e sustentadas  por pecíolos curtos; são compridas de quase duas polegadas sobre uma e meia de largura e tornam-se escuras e denegridas quando secam. As flores são pequenas, brancas e ligeiramente felpudas, dispostas em cachos axilares e terminais. Os pedúnculos são um pouco angulosos, guarnecidos de pequenas escamas ovais, pontudas e caducas. O fruto é uma drupa oval quase redondo, do tamanho de uma ameixa damasco, tendo uma polpa carnuda, suculenta que cobre o caroço grosso, oval, um tanto agudo na ponta, obscuramente pentagonal, rugado, marcado de cinco regos longitudinais e como de cinco válvulas. O caroço contém uma amêndoa oval (Encycl. Meth.)

     Análise Química. O arbusto fornece uma matéria extrativa açucarada; a infusão das folhas e das raízes torna-se preta pela solução do sulfato de ferro. A amêndoa do fruto é de sabor amiláceo.

      Propriedades. Assevera-se que com o suco das folhas e das raízes prepara-se um óleo que tem virtudes adstringentes; que o óleo serve para estreitar os esfíncteres da vulva e do ânus, o que torna o seu emprego vulgar entre as matronas e meretrizes para o abuso dos prazeres venéreos. Em certos países, as meretrizes fazem uso habitual do dito óleo, e os homens igualmente procuram pela sua aplicação para diminuir a relaxação do escroto. Costuma-se, em certas partes da América, se tomar banhos de Semicárpio, com o cozimento das folhas, tencionando obter-se um efeito tônico e adstringente. O fato mais verdadeiro é que a raiz, a casca e as folhas posssuem uma virtude adstringente que faz recomendar o emprego da planta nos casos de frouxidão uterina e de leucorreia; além disso,convém para curar as gonorreias e diarreias crônicas. Recorre-se igualmente à mesma quando ocorre qualquer debilidade intestinal, em certas hemorragias passivas, porém com a devida prudência que reclama o emprego das plantas adstringentes. O cozimento das folhas é bom para acelerar a cura das úlceras atônicas. O óleo que provém da semente do fruto entra na composição de alguns unguentos. A dose das folhas regula-se de três a cinco oitavas para uma libra de cozimento, a das raizes varia de uma a duas onças. Contra a atrofia dos membros, tiram-se vantagens das fomentações com a seguinte receita: meia onça de casca de  Gajeru, uma oitava de pedra ume, meia libra de água férrea. Faça-se uma decocção concentrada.