Fruta de conde

Alta, Annona saquamosa Linneo, Anonna Obtusiflora, Fruta de condessa, Pinha, Família das anoneaceas

Fruta de conde

      História Natural. As duas espécies de Fruta de conde que se cultivam no Brasil chamam-se altas ou pinhas. Todavia, distinguem-se pela alvura da polpa. Chamam-se assim  altas ou pinhas as frutas da grandeza do marmelo com polpa mole, saborosa e alvíssima. As Frutas de conde são do mesmo tamanho, porém a polpa igualmente mole é menos alva. As mais alvas são também denominadas Frutas de condessa e referem a Annona Obtusiflora, que Mr. de Eupac suspeita originarem-se da Ásia. No Brasil, as altas ou pinheiras ou Frutas de conde abundam no norte, sobretudo no Ceará onde se acham as mais belas e mais saborosas do Império. A árvore  Anonna saquamosa Linneo chega no norte à altura de vinte pés, porém no sul é mais mediana, a casca é esponjosa, as folhas lanceolo-elípticas e glabras por baixo, pedúnculos compridos; cálice mínino, sépalas pontudas, pétalos exteriores; flor pequena esverdeada, por dentro de cor branca amarelada; frutas ovoidas compostas de mamilas aglomeradas, de cor verde escura, prateadas de pós que cobrem sua superfície. A espécie Anonna Obtusiflora Tussac ou  Anonna mucosa de Jacquin é árvore mediana de casca cinzenta, ramos dispostos de várias maneiras, folhas grandes, dísticas, nervosas, oblongas, onduladas e acuminadas. Pedúnculos uniflores, pétalas exteriores esverdeadas, pétalos internos curtos de cor de carne, fruta tuberculosa, subglobosa, esverdeada.

     Análise Química. A polpa contém ácido málico; na casca existe muito tanino e decocção, tinge-se de preto pela adição do sulfato de ferro. Mr. Lassaigne tem analisado outra espécie de anona, a Anonna triloba, na qual encontrou cera, clorofila, princípio amargoso, açúcar, goma, fibra lenhosa, malato de cal, sais de potassa e ácido málico.

      Propriedades. As folhas frescas fritas, diz Martius, espalham cheiro desagradável, proveniente do óleo volátil contido nos folículos da teia celulosa. Dessa forma ou metidas em água a ferver, são empregadas para amadurecer apostemas. As frutas têm uma polpa de sabor agradável, adoçada, de cheiro próprio, suculenta e de grande apreciação nas mesas. Os grelos são adstringentes; as folhas aromáticas servem de nutrição aos bichos da seda. Faz-se com as sementes das frutas contusas uma tintura alcoólica a qual misturada com o cozimento de sementes de algodão torna-se um eficaz remédio nos casos de cálculos de bexiga. As folhas misturadas com sal e cozidas são excelente cataplasma maturativo.

 

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