História Natural.  Planta aquática vegetando como Lentilha d’água, de aspecto agradável, que mostra na superfície da água uma bela roseta, de folhas de um pé de dimensão, sustentadas sobre um colo de raiz, sendo a planta privada de talo. As raízes são compridas de um pé e meio, guarnecidas de cabelos finos e numerosos; as folhas são cuneiformes, estreitas na base, arredondadas no cume, um pouco esponjosas, esbranquecidas e pubescentes por baixo, verdes em cima, variando de tamanho e de número; as flores são brancas e a corola acaba em um limbo que tem feitio de orelha. Como a planta se encontra na Índia, nas Antilhas e no Brasil, os botanistas, segundo O Paiz, dizem que tal limbo é mais ou menos estreito ou dobrado, o que fez suspeitar que são variedades ou espécies diversas descritas por Rheede, Plumier e Jacquin, quando a tal modificação pertence a uma planta única.

      Análise Química. Extrai-se da planta um extrato amargoso e aromático que se diz adstringente. A raiz dá como a do Alisma plantago, óleo volátil espesso, resina amarela clara, matéria ou extrato escuro, amido.

      Propriedades. O cozimento das folhas é usado para limpar as úlceras venéreas, e os pós da mesma servem para debelar o mal venéreo. A tintura alcoólica da raiz é boa para combater o lumbago, porém a maior reputação da planta é de ser excelente para curar o venéreo e a disenteria. Martius e outros asseveram que ela convém nos casos de diabetes, de erisipelas e de hemoptises. Diz o Tussac que a planta absorve os gases mortíferos dos pântanos, e que foi por tal motivo, na costa oeste da África, considerada sagrada para os naturais do país, que lhe destinam vasilhas de água onde elas crescem. O cozimento convém no tratamento da * e das moléstias urinárias. As folhas acalmam as hemorróidas pela sua aplicação. A dose da planta é de uma onça por libra de água quando se trata da infusão; dá-se a tintura acoólica de meia até uma onça e dos pós oitava até oitava e meia.