Espinheiro vinheto

Berberis vulgaris Linneo, Berberis canadensis Mill, Família das berberideas

Espinheiro vinheto

   História Natural. Frei Vellozo assevera que a planta é igualmente indígena do continente do Sul América. Observou-a nas matas e campos da província do Rio de Janeiro, onde floresce em novembro. Ela resume os caracteres da família: flores brancas ou amarelas, dispostas em espigas símplices, reunidas ou faniludas, cálice de três até seis sépalos caducos, algumas vezes imbricados, pétalos iguais em número, sépalas do cálice glandulosas, formas irregulares, estames iguais em número às pétalas, filetes alongados, tendo no seu ápice uma antera de duas células afastadas, ovário solitário de uma célula, que contém um pequeno número de óvulos, estigma côncavo e séssil, baga ou fruto com perisperma carnudo. A planta tem um tronco lenhoso de folhas alternas, acompanhadas de estípulas que são persistentes e espinhosas. O Espinheiro vinheto apresenta folhas denticuladas e uma baga elipsoide. Os espinhos são longos, amarelos ou escuros de cor parda. Tem as flores de cor amarela, as sépalas vermelhas por baixo. Sementes ovadas, em * amarelado.

   Análise Química. A raiz contém uma matéria que fornece uma cor amarela e outra escura, goma, ácido, sal de cal, óleo gordurento, clorofila, uma resina mole, fibra lenhosa, água. A baga encerra cera, gordura, resina, clorofila, berberina, matéria que dá cor escura, goma, amido, malatos e fosfatos, cinzas, óleo e umidade (Traité de Chimie de Berzélius).

    Propriedades. A maior extração do Espinheiro vinheto serve para armar cercas em todos os países onde é cultivado. As cercas são sólidas, vivas, seguras, armadas de espinhos que as tornam impenetráveis. A planta serve de ornato nos jardins pela multiplicidade de suas frutas e de suas flores. A casca e a raiz dão uma bonita tinta amarela que se utiliza para tingir couros. A casca da raiz é adstringente e muito amarga. Segundo Clunies, essa possui virtudes purgativas. Procura-se a madeira por ser dura e compacta; ela tem uma bela cor amarela, porém os marceneiros não conseguem tirar grande partido dela por serem os paus pequenos e de pouco proveito para transportes e para a ebanisteria. As folhas e os gomos possuem certo sabor agradável, e podem substituir carurus e azedas. As frutas maduras são agradáveis, porém muito ácidas por terem porção de ácido oxálico. Empregam-se em doces, confeitos e xaropes.

 

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