Espigelia

Erva lombrigueira, Arapabaca Marcgrave, Spigelia anthelmintica Linneo, Spigelia glabrata Martius, Família das spigeliaceas

Espigelia

    História Natural. Linneo e Arruda descreveram a mesma espécie de planta que Marcgrave chamou Arapabaca, porém a espécie de Martius difere um pouco da primeira nos seus caracteres botânicos, sendo análoga em composição e em suas propriedades vermífugas. A Espigelia pelada assemelha-se pelo cheiro e sabor à valeriana; encontra-se na Bahia e em Pernambuco, nas várzeas argilosas. Ambas são plantas herbáceas, frutescentes, de folhas opostas, inteiras, acompanhadas de estípulas interpecioladas. As flores são vermelhas, unilaterais, guarnecidas de brácteas e dispostas em espigas terminais e axilares, algumas vezes enroladas em crossas ou curvadas na ponta.

    Análise Química. As folhas e a raiz contêm óleo gordurento, óleo volátil, resina, ácido gálico, sais neutros, porção de clorofila e um princípio alcaloide chamado Espigelina por Feneulle (Journal de Pharmacie, t.9)

    Propriedades. A raiz é narcótica, porém as folhas são essencialmente vermífugas. Receitam-se as folhas em Pernambuco e na Paraíba do norte para destruir as lombrigas, em chá ou cozimento para clisteres. O melhor antídoto do envenenamento causado pela raiz é o açúcar em pós. O chá das folhas reputa-se da mesma forma sudorífico e antifebril. A planta gozou de grande celebridade por ser um dos venenos preferidos da famosa envenenadora Brainvilleirs, porém não vale de nenhum modo a sua reputação tóxica. Ela é enjoativa, de cheiro fétido, provoca náuseas e vômitos, mas seus efeitos tóxicos estão longe de serem imediatos e temíveis, segundo as experiências feitas nas Antilhas pelo Dr. Rufz, que tem visto o uso da planta fresca não ser seguido de ascendentes graves, senão em um caso de uma criança que faleceu envenenada por haver tomado uma dose imoderada do xarope de Espigelia, que se costuma receitar para combater as lombrigas entre as crianças.

 

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