História Natural. Existem três espécies: a grossa, a comum e a silvestre; plantas viváceas que a cultura torna comestível e de agradável paladar. Além das espécies vulgares, encontram-se mais de vinte outras indígenas da Europa, do Cabo da Boa Esperança e da Índia. Talo ramoso, herbáceo, inerme; folhas setáceas ou lanceoladas; flores solitárias, algumas vezes dioicas, hermafroditas no maior número das espécies. A cultura da espécie Asparagus officinalis reclama terra misturada de área calcárea e de bom esterco. Das sementes, uma vez que se propagam, convém escolher as espécies verde ou comum. A grossa, da Holanda, usa-se para sementeira. Dão pequenos talos que se transplantam em canteiros separados, largos de uma vara e cavados até a profundidade de três a quatro palmos. As covas devem ser pequenas de uma mão de altura; a terra preparada e o esterco renovam-se regularmente. É mister evitar a umidade junto às raízes. A lavoura deve ser profunda e são necessários abundantes adubos para alimentar a planta no ato de seu desenvolvimento.
Análise Química. Du petit Thouars assevera que a parte branca do Aspargo contém uma farinha amilácea igual ao sagu. Das bagas fermentadas, extrai-se o álcool. Do suco da planta, obtém-se a aspargina, substância neutra, branca, cristalina, inodora, de sabor fraco; existe no Aspargo clorofila, amido, ácido málico, maunita, resina, óleo aromático e sais. A raiz, segundo Mr. Dulong, não encerra aspargina nem maunita.
Propriedades. Em 1829, Broussais descobriu nos rebentos do Aspargo um princípio ou uma ação sedativa sobre o coração. O xarope da ponta do Aspargo do farmacêutico Jonhson goza hoje de grande crédito como poderoso sedativo da circulação. O Aspargo é alimento delicado e sadio para os convalescentes, torna-se diurético e aperiente. É falso pensar que o uso do aspargo provoca gota ou hemorragia, o que se observa é o cheiro particular que se comunica às urinas. Misturando-se algumas gotas de essência de terebintina com as urinas, desenvolve-se um aroma de violeta. As pontas cozidas em água comum, se temperadas com molho de manteiga, azeite e vinagre, ou preparadas com ervilhas frescas, são de fácil digestão. Na Índia, comem-se as raízes cozidas com leite e reputa-se a infusão da planta como excelente remédio das bexigas, e também nos casos de comsupção hectica.