Erva de Santa Elena

Cardo santo, Carduus benedictus *, Família das synantereas

Erva de Santa Elena

    História Natural. Planta que abunda no sul do Brasil, donde se enviam remessas para a Corte do Rio de Janeiro, e que se encontra em Minas do mesmo modo que no sul da Europa. Erva animal, alta de alguns pés, felpuda, talos angulosos e paniculados, tronco ramoso, assaz elevado. Tem as folhas semidiscursivas, dentadas, espinhosas. Da parte superior dos ramos, saem folhas que formam uma espécie de capitel, donde surgem uns ramilhetes de flores amarelas, das quais, depois de caídas, ficam umas sementes compridas, pardas e quase amarelas.

    Análise Química. Segundo o trabalho analítico de Stolman, a planta contém clorofila resinosa, um princípio amargoso, goma, e porção grande de sulfato e de hidroclorato de potassa e de sulfato de cal (Systema de Matéria Médica de Pfaff, t.171). Mr. Morin diz que as frutas contêm, além dos malatos de cal e salnitro, uma porção de enxofre. (Ver Journal de Chimie, t.3)

    Propriedades. O Patriota de julho de 1814, no artigo de Matéria Médica Mineira, faz menção à Erva de Santa Elena, dizendo que em banhos quentes é aplicada para as constipações, a que chamam resfriado. Lê-se na relação dos produtos medicinais da Paraíba do Norte, que a raiz da planta tem muita aplicação; os olhos da Erva de Santa Elena têm gosto amargo, enjoativo e adstringente; as folhas conservam o mesmo sabor; a raiz só excede no gosto mais nauseabundo. Costuma-se fazer infusão dos olhos e das folhas para curar as anginas acompanhadas de afonia ou extinção de voz. O cozimento da raiz é remédio muito usado em medicina como desobstruinte de enfartos de fígado. Tem-se elogiado a planta por ser tônica e dissolvente e febrífuga, porém o seu verdadeiro modo de curar provém de ser ela eminentemente sudorífica. Como o cozimento é muito pesado para o estômago, convém tomar os gomos da planta ou parte da raiz e limitar-se a um simples chá ou infusão, regulando-se meia onça de raiz por libra e meia de água fervente. Hoje, a água destilada e o extrato são muito pouco empregados em terapêutica. 

 

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