Myrtus caryophyllata Linneo, Icosandria monogynia, Cravo do Maranhão, Myrtus pseudocaryophyllas de Martius, Família das myrtaceas
História Natural. O cravo da terra tem um tronco de seis pés de grossura com casca cinzenta e ramos levantados. Parece, à primeira vista, com o Loureiro e é uma variedade do Murta caryophyllata de Jacquin. As suas folhas são lanceolados, pontudas com veios transversais, peciolos de quatro linhas, flores em panícula, perianto partido em quatro, lacínias obtusas, corola de quatro pétalas, estaminhas em quatro filetes, germe obovado do pistilo.
Análise Química. Os bagos e as folhas dão um óleo volátil de sabor picante, uma porção de tanino, de goma e de sais, à base de cal e também uma matéria colorante.
Propriedades. A casca do tronco e dos ramos grossos é adstringente e não tem cheiro algum. As bagas, principalmente, diz Bernardino António Gomes (Memória da Academia Real de Lisboa) antes de amadurecer os pedúnculos, cálices, folhas e as extremidades dos ramos, mastigando-se, saem e cheiram a Cravo das Índias. As bagas secas servem para temperar com elas o comer, parecendo-se muito com a especiaria da Índia. As flores e as folhas dão por destilação uma água cheirosa que não tem uso medicinal. Usa-se o cozimento da casca como estimulante em casos de debilidade geral. Uma oitava do óleo de cravo serve para um linimento estimulante e basta uma onça da casca sobre uma libra de água para o cozimento. O Cravo da terra tem tanta analogia com o Cravo da Índia, vulgo Girofleiro Caryophyllus aromaticus de Linneo, que não é necessário mencionar as virtudes aromáticas do Cravo da Índia, cujas culturas abundam nos jardins botânicos do Rio de Janeiro, de Olinda e de Belém (ver Girofleiro).