Couves

Caulis, Brassica, Repo, Família das siliquosas

Couves

   História Natural. A Couve é planta herbácea, indígena do litoral mediterrâneo, das Índias Orientais e da América Austral extra-tropical. O mais vulgarizado pela cultura nas hortas do Brasil é a Couve-verde, que serve de alimento ao homem e aos animais. O número das espécies do gênero Brassica chega de dezessete a dezoito conhecidas; os que são os mais aceitos, por serem os mais proveitosos, são a Couve comum ou Brassica oleracea, a Couve nabo ou Brassica napus, a Couve rabão ou  Brassica rapa, a Couve da China ou Brassica sinensis, a Couve nabo silvestre ou Brassica procoz. O tipo de couve cultivado é o Brassica silvestris, pois é dele que provêm as variedades úteis que figuram nas hortas. Hoje dividem-se todas em cinco classes: 1º. Couves repolhudos; 2º. Couves de Milão; 3º. Couves verdes; 4º. Couves nabos; 5º. Couves flores ou Brocolis. Cada classe produz variedades pela cultura. 1º. Couves repolhudos de folhas lisas e glaucas, carnudas, inteiras ou lobadas. São saborosas; mesmo as que deitam cheiro de almíscar dão variedades de diâmetro extraordinário e de cor diferente, desde o amarelo até ao vermelho. 2º. Couves de Milão ou encrespados de folhas de cor verde escura com ramos paniculados. Fornecem variedades, o mais notável é o Couve de Bruxelas. 3º. Couves verdes de talos cilíndricos que duram até três anos e mais. Existem infinitas variedades: Couve cavalo, Couve de vaca, Couve árvore. 4º. Couves nabos, que apresentam em cima da raiz um engrossamento com forma de nabo. 5º. Couves flores hoje são cultivados na Serra dos orgãos e que representam uma massa  carnuda, proveniente das flores abortadas; existem variedades brancas, amarelas, roxas, todas elas muito saborosas.

    Análise Química. Segundo Schrader, a Couve contém uma fécula verde, albumina, um óleo volátil, enxofre e vários sais metálicos.

    Propriedades. Os antigos reputam à Couve uma panaceia universal, e Catão dizia que preservava da peste. Pythagoras escreveu um tratado sobre as suas virtudes. Os egípcios tinham uma grande preferência pelos Couves, que comiam antes de jantar para não se embebedarem. Entre os modernos, as couves são aceitos como uma providência alimentar em todos os países; todavia, por si mesmo, a Couve é pouco nutriente e necessita boa porção de manteiga, de gordura ou azeite ou ser misturado com carnes e adubos para se tornar mais digestivo. As couves são alimento do povo, porém como desenvolvem muito ar ou gases, não convém tanto às mulheres, crianças e pessoas de profissão sedentária, muito menos aos velhos. Diógenes lavando um dia uma porção de couves diz a Aristippo: “Se tu soubesses comer repolhos, tu não farias nunca tua corte aos grandes”.  Costumam-se comer as Couve-flores em saladas ou com molhos de manteiga ou preparados no forno com queijo ralado. Faz-se a sementeira das Couves em terra medíocre para transplantar depois para terreno melhor, todavia muitos hortelões não seguem o princípio, escolhem sementes novas e semeiam em terrenos livres de ervas más. Logo que aparecem as folhas ásperas, polvilham-se ligeiramente as plantas com uma misturada de boa terra, estrume e rebotalhos de matadouro. Quando as plantas tiverem duas polegadas fora da terra, então deverão ser regadas com água estrumada. As plantas devem ser colocadas em quinconcios, tendo entre si três pés de distância em todos os sentidos. O hábito no litoral do Brasil é de se plantar os Couves nos meses de março e de abril (ver Nabo)

 

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