Copaíba

Copaifera, Copaisa, Família das leguminosas

Copaíba

   História Natural. Dez variedades de árvores Copaifera se encontram no vasto domínio do Brasil, desde os limites do Rio Negro até os da província de São Paulo. A Encyclopedia Methodica dava em, 1780, a única Copaifera oficinallis oriunda do Brasil, da Guiana e de Cartagena da América espanhola. Esta espécie descrita por Pison e Margrave é árvore elevada, de belo porte, sem ramos, dirigem-se em zig-zag, e dá frutos cobertos de uma casca de cor cinza escura. As folhas são alternas, aladas de três ou quatro pares de folíolos ovados e lanceolados com ponta obtusa, luzentes e um pouco coriáceos, folíolos com pecíolo curto, sendo eles do comprimento de duas a três polegadas; flores brancas em panículas e cachos axilares. Em cada flor há quatro pétalos côncavos, pontudos e abertos, dez estames, um ovário superior redondo achado com estilo fitiforme; a fruta é um casulo ovado, pontudo no ápice, bivalvo que contém sementes ovoidas com invólucro polposo. A madeira do Copaifera oficinallis é de cor vermelha escura e serve para as obras de marcenaria. Nos calores do estio, praticam-se incisões profundas ou buracos na árvore, donde corre um bálsamo resinoso que se parece com óleo destilado da terebintina, porém se torna depois espesso, de um branco amarelado, chamado óleo ou bálsamo de Copaíba, tem sabor amargo, aromático, de um cheiro penetrante como o do calambaco da Índia. Charles d´Orbigny, no tomo 4 do seu Dictionario Universal de  Historia Natural, p.198, diz que existem cerca de vinte espécies de árvores Copaiferas, gênero da família das papilionáceas, árvores inermes da América Tropical. As espécies encontradas no Brasil são a Copaifera guianensis, que se observa no Pará e no Rio Negro; a Copaifera nitida que se encontra nas províncias de Minas e de Mato Grosso; a Copaifera Martius que pertence ao Pará e ao Maranhão; a Copaifera Langsdorffii que é notável em São Paulo e Minas; a Copaifera coriacea das mesmas províncias; a Copaifera beyrichii ou Copaifera oficinallis de Vellozo que é própria do Rio de Janeiro. Encontram-se em Minas e outras partes do Império as espécies Copaifera Cordifolia, longifólia de Martius, a Copaifera Sellowii, a Copaifera trapezifolia de Hayne. Todas essas espécies têm um perigônio singelo, herbáceo cujas lacínias são ovadas e lanceoladas com dezesseis estames insertos na base do perigônio de filamentos livres e com anteras biloculares.

   Análise Química. Segundo Stolze, o bálsamo de Copaíba contém óleo volátil 38,0; resina amarela 52, 75; resina viscosa 1, 66, água 7, 59; total 100%. Segundo a análise de Gerber, o bálsamo fresco contém óleo volátil 41; resina amarela 57,38; resina viscosa 2,18; água etc. 7,39; total 100%. O bálsamo velho contém óleo volátil 31,76; resina amarela 53,62; resina viscosa 11,19; água etc. 4 a 10; total 100%.

   Propriedades. Todos os tratados modernos de matéria médica dizem das qualidades terapêuticas do bálsamo da Copaíba, que ele é remédio peitoral, detersivo e bom para cicatrizar as ou feridas; ele faz parar a disenteria, curar as flores brancas, a gonorreia, acalma as dores nefríticas, provoca a mestruação e cura a tísica pulmonar no seu primeiro período. Eis o resumo das tão preconizadas propriedades do bálsamo de Copaíba. A Copaíba ordinária do Brasil tem substância resinosa líquida, oleaginosa, transparente, de cor amarela clara, cheiro forte e desagradável, gosto acre, amargo e nauseante. Ele fornece pela destilação com água 40 a 45% de um óleo volátil, incolor, que dissolve-se completamente no álcool retificado, porém a dissolução torna-se de ordinário leitosa, e que deixa a precipitar-se pelo repouso algumas vezes uma resina mole, um pouco semelhante à resina arume e também uma pequena porção de óleo fixo (Guibourt). A Copaíba brasileira é superior à de Cayena que tem um aroma particular de aloes, porém não parece melhor do que a Copaíbada Colombia e sobretudo do Maracaibo a qual * hoje  * Europa. A Copaíba do Brasil *** insípidos de cor e cheiro  *** específicas propriedades medicinais, segundo segundo as diferentes especies de Copaífera de que for tirado. * o da Copaífera de Langsdorff da * é de cor alaranjada intensa, de um cheiro penetrante, de sabor muito acre;  outra tem uma cor de vinho do Reno mais branda, outra é mais descorada. O bálsamo que se extrai no Rio de Janeiro e na Bahia provém da C. * ou Copaíba vermelha ou Copaifera officinalis de Jacquin e da Copaíba branca ou Copaifera panifolia. É coisa lastimosa, observa M. Riedel, o modo bárbaro que se pratica nas matas para destruírem as arvores copaíferas em vez de as conservarem cuidadosamente, no ato da extração do balsamo. J., o autor das Viagens de um brasileiro t.1 p. 177, 1834, nos tem dito ''Esse produto é colhido sem auxílio da arte, tanto que estragam frondosas árvores, destruindo  assim com o machado o que vale cem para lucrarem um''. A copaíba exerce sua principal ação sobre os intestinos grossos; cabe acrescentar pequena dose de qualquer alcali para aumentar a ação da Copaíba. Hoje, em vez de fazer uso da Copaíba pura ou misturada em emulsões como na famosa porção de Chopart, toma-se Copaíba consolidada. A consolidação opera-se com a magnesia: basta meia onça de magnésia recentemente colhida para solidificar em quinze dias uma libra de bálsamo de Copaíba. Assim, procura-se aniquilar o sabor horrível do medicamento. A invenção das cápsulas gelatinosas de Mothes, Raquin e outros inventores propagou-se cedo nas oficinas do Brasil onde se acha atualmente vulgarizada. Com o modo de administrar a  Copaíba em cápsulas conseguiu-se grandes vantagens. Igualmente se pode envolver a  Copaíba solidificada com o gluten dissolvido dentro do álcool, do mesmo modo preparam-se pílulas de Copaíba, de magnésia, de ferro, de terementina segundo as indicações terapêuticas. A Copaíba é o remédio predileto da gonorréia, * abortivo e curativo * cápsulas regula de duas até quatro oitavas por dia segundo a disposição do estômago emprega-se em qualquer período da enfermidade, porém seu maior proveito alcança-se nos primeiros dias, enquanto os sintomas inflamatórios não se acham desenvolvidos de todo.  Recomenda-se o bálsamo da Copaíba para curar as nódoas do rosto, é conhecida pomada do imperador Dom Pedro I composta de albumina de clara de ovo e de óleo de Copaíba * tem tirado proveito de seu emprego para combater a solitária ou a tênia, o paco várias outras enfermidades.

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