Cipó cururu

Paullinia pinnata Linneo, Timbó, Timbó sipó, Cururu-apí Pison, Paullinia cururu, Serjania lethalis A. St´Hilaire, Octandria tryginia, Espinho de ladrão, Família das sapindaceas

Cipó cururu

  História Natural. O Cipó cururu distingue-se pelas suas folhas ternárias, seus talos são  flexíveis sarmentosos, lisos, trepadeiros, guarnecidos de elos nas axilas das folhas. As folhas são alternas ternárias, guarnecidas de pecíolos alados em todo o comprimento; folíolos quase sésseis obtusos, algumas vezes agudos; os cachos de flores saem com os elos das axilas das folhas (Encycl. Method.). Encontra-se o Cipó cururu em Pernambuco e demais províncias do Norte. Em Iquaraçu, diz Koster, ele é de grande estimação pelo comprimento de seus talos, pela fresca e grande flexibilidade dos mesmos. Existe outro Cipó cururu que se observa no Rio Negro, que Martius chama Echites Cucuru, o qual é drástico quando ministrado em dose elevada ao se ingerir a infusão do Cipó. Os índios e colonos europeus fazem uso de tal cipó nos casos de anorexia, febres mucosas ou gástricas. Esse cipó pertence à família das apocyneas.

    Análise Química. A Paullinia pinnata é veneno muito conhecido dos índios; toda a planta produz um princípio extrativo amargo, gomo resinoso comparável ao ópio; contém um óleo álcali-vegetal, de cheiro empireumatico volátil. 

    Propriedades. As sementes servem para embebedar os peixes. Os índios da Guiana envenenam a ponta de suas flechas com o suco venenoso da planta para as tornarem mortíferas. O envenenamento causado pelo uso ou absorção do Cururú principia com vertigens, embriaguez alegre, depois fervor e delírio frenético, seguido de completa prostração, de soltura involuntária de urina e das matérias fecais, convulsões e morte. O tratamento baseia-se no emprego de brandos vômitos, laxantes e bebidas aciduladas. O suco de Cururu, bebido com água, é remédio que serve para estancar o sangue que se deita pela boca. Emprega-se o Cururu como tópico entorpecente, fazendo um linimento das folhas cozidas com óleo, porém o uso mais vugar é tomar banhos com cozimento das folhas. São esses banhos excelentes para desfazer a caquexia dos negros, sobretudo quando sobrevém o inchaço dos pés e os primeiros insultos da hidropisia. Alguns facultativos recomendam o Cipó de cururu contra a hidrofobia e a melancolia ou alucinação mental. Todavia, é preciso coligir fatos autênticos para asseverar os úteis proveitos da aplicação da planta, apesar de afirmar o Dr. Martius que o Cururu é equiparável ao Aconito pelas suas propriedades. Diz o Baena (Ensaio Corográfico sobre o Pará, p.67), que do Cururu faz-se sal secando as folhas ao sol, queimando-as e fervendo-as ao ponto de consistência de que se forma o sal. Não se sabe se ele encerra a mesma porção de  * e maior de sal comum ou vice versa. É verossímil que os índios do Rio Negro aprendessem a explorar este sal com os espanhóis seus *.

 

 

Carregando...