Encélado, sexta maior lua de Saturno / Fonte: NASA.
Encélado, a sexta maior lua de Saturno, esconde em seu interior um gigantesco oceano de água líquida. A informação foi revelada a partir de estudos feitos com a sonda Cassini, da NASA, que orbita o planeta desde 2004.
Depois de mais de 7 anos observando e recolhendo dados sobre o satélite, os pesquisadores da agência espacial americana chegaram à conclusão de que uma pequena deformidade em sua órbita ao redor do planeta só pode ser explicada pela presença de um oceano de água líquida no interior, logo abaixo da superfície de gelo.
A descoberta acende mais uma esperança na busca por formas simples de vida no Sistema Solar. Especula-se que outros satélites naturais no sistema, como Ío e Europa, em Júpiter, e Titã, também em Saturno, podem abrigar água internamente, em condições parecidas, mas em Encélado, o oceano pode estar a apenas algumas dezenas de metros abaixo da superfície congelada, o que torna a sua possível exploração, no futuro, muito mais simples.
Concepção artística do interior de Encélado. / Fonte: NASA.
Encélado é uma das dezenas de luas do gigante gasoso Saturno e orbita o planeta no anel E. A lua possui cerca de 500 quilômetros de diâmetro. Acredita-se que seja formada por uma superfície de gelo de água, seu oceano global interior e um núcleo rochoso.
O que estaria mantendo o oceano quente o suficiente para não congelar continua a ser um mistério. Há sugestões de que a força de maré causada pela imensa gravidade de Saturno, um efeito semelhante à influência da gravidade da Lua sobre os oceanos da Terra, estaria gerando muito mais calor do que se imaginava.
Geisers localizados no pólo sul da lua / Fonte: NASA.
As especulações sobre a possibilidade da existência de um oceano no interior do satélite são antigas. No início deste século, os cientistas já haviam notado a presença de geisers – imensos jatos de vapor de água e outras partículas – no pólo sul da lua, que ejetam o material do interior para espaço. Parte desse material volta para Encélado como uma espécie de neve e parte passa a compor o anel E. O vapor é expelido através de fraturas na superfície congelada.
Em 28 de outubro deste ano, a sonda Cassini realizou o mergulho mais próximo da superfície da lua em sua história, chegando a apenas 49 quilômetros dela. O objetivo dessa missão foi recolher um pouco do material ejetado pelos geisers para analisá-lo. Os dados obtidos ainda estão sendo analisados pelos cientistas.