A luz e a vida
A luz do sol é uma onda eletromagnética que nos fornece energia e informação, ambos os aspectos são aproveitados pela biosfera terrestre. A fotossíntese é o processo pelo qual as plantas utilizam a luz para sintetizar compostos orgânicos, transformando a energia da radiação solar em energia química.

Como um subproduto desta reação, temos o oxigênio que será aproveitado pelos seres que utilizam o oxigênio na sua respiração (aeróbicos). Na ausência de luz, a planta não realiza fotossíntese e consome oxigênio liberando gás carbônico no ambiente, entretanto em condições normais, a taxa de fotossíntese é cerca de 30 vezes maior que a respiração na mesma planta.

Quanto ao aspecto informativo da luz, a biosfera evoluiu no sentido de captar a radiação solar e integrá-la ao aparato comportamental por meio dos olhos. No início, os "olhos" eram apenas um aglomerado de proteínas sensíveis que eram ativadas quando encontravam luz. Essa estrutura evoluiu drasticamente, transformando-se nos órgãos complexos que conhecemos hoje, permitindo que cada tipo de ser vivo capture a radiação de acordo com suas necessidades ecossistêmicas.
Espectro visível da luz pelo homem
OS OLHOS E A IMPORTÂNCIA DE VER A luz produz uma grande quantidade de informação importante para nossa sobrevivência. Contudo, nem todas podem ser vistas. Somente podemos perceber uma pequena parcela que chamamos de "espectro visível". Todo o restante da informação é invisível para nossos olhos.

Na natureza existem diversos tipos de olhos entre os seres vivos, cada um adaptado à sua necessidade. Para uma abelha nossos olhos podem parecer inadequados, pois esses organismos necessitam enxergar os raios ultravioleta, espectro invisível para os humanos.

NÃO SER VISTO
Muitos seres vivos, na luta pela sobrevivência, utilizam o mimetismo e a camuflagem, visando à manipulação do modo como a luz é absorvida e refletida para se misturarem ao ambiente, tanto na atividade de predador como na de presa.

Certos animais podem também produzir cores através de estruturas físicas microscópicas. Essas estruturas agem como prismas, refletindo e espalhando luz visível. Dessa maneira, a combinação de cores é refletida. Camaleões, por exemplo, percebem a luz que incide na retina, comparando essa luminosidade com a luz refletida no ambiente e liberam hormônios para as células da pele, fazendo com que elas assumam a cor do ambiente.

COMO VEMOS AS CORES?
As cores vistas pelo olho humano são faixas de ondas. E o comprimento das ondas é o que define as cores, ou seja, é o que define o verde, o amarelo e o azul que enxergamos. As cores são uma sensação produzida pelos olhos. São impressões produzidas na retina do olho pela luz refletida/difundida pelos objetos.

No olho, é na retina que percebemos a luminosidade e as cores dos objetos, através de duas estruturas especializadas: os cones e os bastonetes.

Os bastonetes são células que necessitam de pouca luz para serem sensibilizados. Entretanto não conseguem formar imagens coloridas ou nítidas. É por isso que, à noite ou em locais escuros, temos dificuldade de distinguir as cores.

Já os cones necessitam de uma quantidade grande de luz e geram as imagens nítidas e coloridas. Existem três tipos de cones: os azuis, os vermelhos e os verdes. São chamados assim, pois são ativados pelas cores azul, vermelha e verde respectivamente.

Os três cones são responsáveis pela percepção de uma certa região do espectro luminoso, e o restante das cores que vemos, na verdade, são provenientes da soma dessas três cores primárias.

QUEM ENXERGA MELHOR?
Os olhos evoluíram há milhões de anos tornando-se extremamente variados e complexos. A visão é o sentido mais importante para a maioria dos animais, incluindo os humanos. A visão de cada ser vivo está adaptada para suas necessidades, assim cada animal enxerga o necessário para o seu ecossistema.

TARSIER
Com olhos pesando mais que o seu cérebro, o tarsier tem uma visão extremamente aguda e uma excelente visão noturna. Esse pequeno primata noturno, encontrado nas florestas tropicais do sudeste da Ásia, alimenta-se de lagartos e insetos e é capaz de pegar pássaros em pleno voo.

LIBÉLULA
A libélula tem os olhos mais incríveis entre os insetos. São tão grandes que cobrem quase toda sua cabeça, possuem um campo visual de 360 graus e são formados de 30.000 unidades visuais chamadas ommatidia. Cada olho contém uma lente e uma série de células sensíveis à luz. A excelente visão pode detectar cores e luz polarizada. Sendo sensível ao movimento, a libélula descobre, rapidamente, qualquer presa ou predador. Além desses dois olhos, a libélula possui mais três menores (ocelos) que detectam o movimento mais rápido do que os olhos maiores, permitindo-lhe reagir em fração de segundo.

LULA COLOSSAL
A lula colossal é um dos maiores animais do nosso planeta. Cada globo ocular tem em média 30cm de diâmetro, sendo os maiores olhos da face da Terra! Seus olhos possuem células especiais, (photophoros), que emitem luz e permitem enxergar na absoluta escuridão do oceano. Dessa forma, quando a lula colossal posiciona seus olhos para frente, sua presa é iluminada e, na pouca luminosidade, consegue enxergar perfeitamente.

ARANHA CARA DE OGRO
As aranhas são conhecidas por terem muitos olhos, embora isso varie entre as espécies. A aranha cara de ogro possui seis olhos, quatro pequenos e dois maiores. Os olhos enormes são cobertos por uma membrana de células sensíveis que possibilitam uma excelente visão noturna. Por ser muito sensível, a membrana é destruída ao amanhecer e uma nova é produzida a cada noite. Acredita-se que esse tipo de aranha tenha uma visão noturna melhor que a dos gatos, tubarões, corujas e pode ver à noite até 100 vezes mais que os seres humanos.